terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Informativo São Vicente


Informativo São Vicente
Boletim de circulação Interna da
Província Brasileira da Congregação da Missão
O DECOM-CMBH Registra e agradece o recebimento do Informativo São Vicente.
Uma equipe de peso composta pelos padres; Vinicius Augusto R. Teixeira, Paulo Eustáquio Venuto e Gentil José Soares da Silva são responsáveis pela edição bimensal do Boletim. Cheio de artigos e notícias da Província Brasileira da Congregação da Missão.
Neste número encontramos artigos:  do Pe. José Lisboa Moreira de oliveira, “Origem religiosa das férias”; do Pe. Eli Chaves “ Estender a lona da Espiritualidade Vicentina na própria vida”.
O Boletim tem um pequeno sumário de grande extensão para conhecimento de toda a Família Vicentina. Voz da Igreja, Superior Geral, Palavra do Visitador, Olhar teológico, Espiritualidade, Vida da Província, SAVV, Missão Além-fronteira e notícias.
Contatos:  informativosv@yahoo.com.br

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Celebração de acolhida da Relíquia de São Vicente de Paulo




Animador: Com alegria, aqui nos reunimos para acolher a relíquia de São Vicente de Paulo, este homem de Deus que tanto nos inspira na vivência da caridade para com os irmãos mais pobres. A presença da relíquia entre nós é uma recordação da atualidade e da importância da herança espiritual e missionária que São Vicente deixou a todos os membros de sua família, herança que continua viva e palpitante até os nossos dias. Expressemos nossa gratidão ao Senhor por ter feito de São Vicente um luminoso reflexo de seu amor generoso e de sua predileção pelos pequenos e pobres. 

- Glória e louvor ao ínclito Vicente. Ó meu bom pai e santo protetor, sois na Igreja um sol resplandecente, louvar-vos-ei alegre e com fervor. 

Ao nosso Deus, glória e louvor eternamente ao Deus de São Vicente. Glória e louvor, glória e amor, por nos ter concedido protetor tão querido! 

Leitor 1: Desde o começo da história da Igreja, os cristãos veneram as relíquias daqueles homens e mulheres que souberam testemunhar a vitalidade e a beleza da fé que professamos. Os primeiros cristãos consideravam verdadeiro privilégio poder conservar sob o altar da Eucaristia os despojos dos mártires. Assim, queriam manter viva a memória daqueles que, pelo que foram, apontam para o que devemos ser: fiéis discípulos de Jesus Cristo, comprometidos com a mesma causa pela qual o Mestre deu a sua vida. 

- Glória e louvor à grande caridade: é vivo ardor do servo do Senhor pra consolar a pobre humanidade em todo mal e infeliz labor. 

Ao nosso Deus, glória e louvor eternamente ao Deus de São Vicente. Glória e louvor, glória e amor, por nos ter concedido protetor tão querido! 

Leitor 2: Ao se aproximar da relíquia de São Vicente, cada membro da Família Vicentina é convidado a renovar seu compromisso missionário de seguir Jesus Cristo, evangelizador e servidor dos pobres, no caminho de santidade aberto pelo Santo da Caridade, caminho percorrido por Frederico Ozanam, seus companheiros e por tantos outros que nos precederam na querida Família Vicentina. 

- Piedoso pai, Vicente compassivo, rogai por nós a nosso Salvador. E alcançai no dia decisivo: nos dê, no Céu, da glória o resplendor. 

Ao nosso Deus, glória e louvor eternamente ao Deus de São Vicente. Glória e louvor, glória e amor, por nos ter concedido protetor tão querido!


(A seguir, recomenda-se recitar o Terço, seguindo as indicações do subsídio Rezar o Rosário, com São Vicente de Paulo. Será oportuno também intercalar os mistérios com cantos marianos e vicentino
(Texto do Pe. Vinicius)

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O CONSELHO METROPOLITRANO DE BELO HORIZONTE RECEBEU E RETIBUI OS VÁRIOS VOTOS DE BOAS FESTAS.

Conselho Central Nossa Senhora do Pilar- Nova Lima, Luciana Ester C. Ferreira, Conselho Metropolitano de Governador Valadares, Gráfica O Lutador, Marcos Cavalcante e Maria Lúcia Cardoso, Conselho Metropolitano de Bauru, Lindomar Aparecido de Oliveira , Conselho Metropolitano de Ouro Preto,
D. José Maria Pires, Lar dos Idosos Nossa Senhora Auxiliadora de Vespasiano. 

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Museu virtual do Conselho Metropolitano de Belo Horizonte

Em fase de teste, estamos disponibilizando no site do DECOM-CMBH um link que o levará a um Blog chamado Museu Virtual do Conselho Metropolitano de belo Horizonte.

Neste Museu Virtual vamos tentar resgatar um pouco da historia da S.S.V.P.

Aqui você vai poder rever a capa daquela primeira regra que você usou. E na biblioteca física do CM-BH você poderá consultá-la.

E aquele folheto de oração que sua conferência mandou editar quando ela completou 5 anos?

E Aquele Marcador de livro que o Conselho Nacional do Brasil distribuiu na 38ª Romaria em Aparecida?

O Chaveiro, o selo comemorativo, as medalhas, Tudo isso você vai encontrar no nosso museu virtual e físico.

Mas para isso precisamos da sua contribuição. Quando for fazer limpeza daquele velho armário da conferência, não jogue a história fora, mande pra gente.

Vamos tentar resgatar a história nacional da SSVP através dos objetos deixados pelos nossos antecessores.

E se você é um historiador ou um pesquisador, venha falar com a gente, estamos tentando reorganizar a nossa história.

Dê sugestões, nos ajude!



Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

José Marcos Ramos

DECOM-CM-BH

domingo, 11 de dezembro de 2011

Ordem dos Pioneiros

Em 12 de dezembro de 1897 em um ato público solene o então presidente do Estado de Minas Gerais, Crispim Jacques Bias Fortes inaugurou a nova capital de Minas Gerais.

LEI Nº 1165, de 12 de dezembro de 1964
INSTITUI A ORDEM DOS PIONEIROS E DETERMINA OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

O Povo do Município de Belo Horizonte, por seus representantes, decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º - Fica instituída, em Belo Horizonte, a ORDEM DOS PIONEIROS, condecoração a ser conferida àqueles moradores da Capital, de qualquer nacionalidade, que, para aqui tendo se transferido à época da fundação, deram à Cidade, nos anos subsequentes, substancial contribuição ao seu desenvolvimento e progresso, em qualquer setor de atividade.

Art. 2º - A condecoração será conferida mediante um critério de apuração e julgamento de uma comissão que, para tal fim, será constituída em outubro de cada ano.


§ 1º - Da comissão farão parte, obrigatòriamente, um representante do Executivo, um do Legislativo, um da Associação dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais e um do Arquivo Público Mineiro.

§ 2º - Aos cidadãos apontados pela Comissão serão expedidos convites pelo Prefeito Municipal, para que recebam a condecoração, sempre no Dia do Aniversário da Cidade, em local de evidência e em alta cerimônia cívica.


Art. 3º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Mando, portanto, a quem o conhecimento e execução da presente Lei pertencer, que a cumpra e faça cumprir, tão inteiramente, como nela se contém.

Belo Horizonte, 12 de dezembro de 1964.

JORGE CARONE FILHO


Prefeito de Belo Horizonte

LEI Nº 3362, 14 de setembro de 1981
ACRESCENTA PARÁGRAFO À LEI Nº 1165, DE

12 DE DEZEMBRO DE 1964.


O Povo do Município de Belo Horizonte, por seus representantes, decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º - Fica acrescentado ao art. 1º da Lei nº 1165, de 12 de dezembro de 1964, que instituiu a Ordem dos Pioneiros, o seguinte parágrafo:

"Parágrafo Único - Poderão ser incluídas na Ordem dos Pioneiros; para recebimento da condecoração a que se refere este artigo, entidades e organizações, que, comprovadamente, hajam participado dos primórdios da criação e da instalação da Capital do Estado."

Art. 2º - Revogando as disposições em contrário, esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Belo Horizonte, 14 de setembro de 1981.

MAURÍCIO DE FREITAS TEIXEIRA CAMPOS
Prefeito de Belo Horizonte

Em 12 de dezembro de 1981 o então prefeito de Belo Horizonte, Maurício de Freitas Teixeira Campos faz homenagem ao Conselho Metropolitano de BH Fundado em 19/01/1919 inserindo o nome da Sociedade de São Vicente de Paulo na ordem dos pioneiros de Belo Horizonte.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Projeto Biblioteca Solidária

Estimular a literatura sempre foi um hábito meu. Presenteando com um livro ou mesmo indicando um livro que gostava. Nos meus aniversários sempre ganhava livros, dos meus parentes ou mesmo dos amigos. A minha casa é uma biblioteca, todos aqui gostam de ler. Lemos todo tipo de literatura, tudo que chega à nossa mão, lemos!
Sou muito apegado aos meus livros. Tenho muito amigos escritores e quando eles me enviam os seus últimos trabalhos publicados, eles se tornam únicos para mim, pois sempre veem com uma dedicatória.
Por que estou falando disso? Alguém pode perguntar... E eu respondo: é por causa do projeto: Biblioteca Solidária, idealizado pelo Conselho Particular Antônio Frederico Ozanam,  vinculado ao Conselho Central de Castanhal, por sua vez vinculado ao CM de Belém.
A Ideia me contaminou. Formar uma biblioteca com tema vicentinos, numa região não muito rica, num país que normalmente o povo não lê, é estimulante. Eu vou ajudar no que posso.
Leiam o projeto na íntegra e façam a sua parte. Envie um livro daquele confrade amigo, daquele famoso, daquele simplório. Aquele “Manual de presidente do seu conselho”, aquele livrinho de oração que seu pároco publicou... Em fim, mandem algum livro.

Eis o projeto:
APRESENTAÇÃO:
Tendo a leitura, como componente essencial no processo de formação e educação do ser humano, o Conselho Particular Antonio Frederico Ozanam da SSVP busca através de uma Biblioteca com Literaturas vicentinas, dar formação continuada através da leitura de livros voltados para a prática vicentina, já que a mesma se desenvolve diariamente.

JUSTIFICATIVA:
A proposta desse projeto visa à formação Vicentina dentro do contexto de conhecer; adaptar-se às mudanças sociais é um fator relevante na sociedade em que vivemos, uma vez que as informações nunca chegam prontas e acabadas, elas evoluem com o passar dos tempos. Daí a importância de manter-se atualizado e informado. Ser Vicentino e atuante na SSVP nos reporta a refletir sobre o chamado e o envio. Alguém chama e envia para realizar algo.
O título do projeto fala do pedido de Jesus: “Avança para águas mais profundas, e lançai vossas redes para a pesca” (Lc 5, 4). É um convite desafiador estendido a todo discípulo de Jesus, em especial aos confrades e consocias.
O mundo em que vivemos é um grande oceano. Neste, há vários tipos de peixes e vários mistérios. As águas mais profundas deste mundo consistem em realidades sombrias que nos causam medo e nos desafiam a cada dia. Os seguidores de Jesus, os vicentinos, chamados para “pescar e resgatar homens” devem realizar tal pesca nestas águas mais profundas. Citemos, a fim de compreendermos melhor o sentido destas águas, alguns lugares, realidades e circunstâncias em que se manifestam a força das ondas oceânicas da vida: zonas de prostituição, favelas, ruas e praças, países paupérrimos, fome, violência, discriminação, agressão à natureza, enfim; o lugar dos empobrecidos e sofredores deste mundo.

OBJETIVO GERAL:
Promover a formação continuada dos vicentinos. A fim de que busquem na leitura conhecer a grandiosa obra a qual pertencem, a SSVP. O que vai refletir diretamente na prática vicentina seja ela: atuando nas paróquias, grupos, mídia, famílias assistidas, obras sociais, escolas e etc.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
ü  Partindo da premissa de que a leitura é uma prática sociocultural importante no desenvolvimento das relações sociais.
ü  Favorecer a leitura e a escrita através da produção de textos.
ü  Trabalhar a concentração e habilidades em falar em público.
ü  Estimular a curiosidade em conhecer a origem da SSVP.
PROCEDIMENTO:
ü  Roda de conversas com apresentação de livros e estudos em grupos.
ü  Cadastro para empréstimo.
ü  Explanação sobre a importância de preservação dos livros, os quais serão classificados e catalogados.
ü  Incentivar a divulgação das obras vicentinas.
ü  Textos informativos; (leitura de textos, Regra Vicentina, imagens e outros meios relacionados à SSVP).
ü  Pesquisas; (pedir aos confrades que pesquisem e tragam informações que inspirem e sirvam de modelos para socialização e atividades na biblioteca).
ü  Produção de textos, cartazes, painéis e outros; (produções dos confrades, que expressem suas interpretações).
ü  Momento para socialização de leituras na conferência, ou em eventos vicentinos.
RECURSOS MATERIAIS:
ü Sala com espaço amplo, iluminado e ventilado
ü Estantes de ferro com prateleiras
ü Mesa com cadeiras ou estofados
ü Cola branca e de isopor
ü Papel, caneta, lápis e caneta
ü Marca texto
ü Cartolinas (cores variadas)
ü Fita isolante
RESPONSÁVEIS:
O projeto será desenvolvido pelo Conselho Particular Antonio Frederico Ozanam, sobre os cuidados e fiscalização do Conselho Central de Castanhal da Sociedade de São Vicente de Paulo. A Biblioteca ficará a disposição de todos os vicentinos, para leitura no local ou empréstimos de livros com prazo determinado, após o preenchimento de um cadastro.
CULMINÂNCIA:
Será feito uma avaliação mensal na Reunião do Particular. E encontros para socialização de obras já lidas. No final de cada livro lido será realizada uma mostra do entendimento de cada um. De acordo com o desejo de cada leitor.
CONCLUSÃO:
Espera-se que o acesso sem custo à Literatura da SSVP alcance resultados significantes para os vicentinos uma vez conscientes serão transmissores de informação, conhecimento, zelo e responsabilidade ética e social de cada um dentro do trabalho desenvolvido junto das famílias assistidas e hierarquias da SSVP que trabalham com a formação vicentina.

Endereço p/ Remessa

Conselho Particular Antônio Frederico Ozanam
Rua Dr. Rui Luiz de Almeida, nº 2.911
Bairro Saudade I         Castanhal-Pará
CEP. 68.741-30


Á Consócia Maria do Céu da Silva Galvão todo o meu respeito e carinho pelo projeto.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Rezai e Cantai Vicentinos





Encontrei um pequeno livrinho “Rezai e Cantai Vicentinos”, já desgasto pelo tempo, foi publicado em 1967. Estas duas preciosidades nos ensinam o que é ser vicentino e como devemos: “Irmos aos Pobres”.






HINO VICENTINO
(MÚSICA: Virgem, Mãe Aparecida)
Ser Vicentino é na Vida
Imitar a São Vicente,
Consolar os que sofrem
E esclarecer o descrente.
CÔRO
Quando contente preciso
Lar do pobre transpor,
Levo comigo o sorriso
Da caridade e amor.
Ser Vicentino é ter alma
De verdadeiro Cristão,
Levando aos lares mendigos
A fé, esperança, o pão.
Ser vicentino é ter dote
De justiça e caridade,
Para com Jesus sorrindo
Consolar a humanidade.
Ser vicentino é ao pobre
Saber como se consola,
Espargindo meigamente
As flores santas da esmola.
Sendo assim, ó Deus bondoso
O' Senhor do meu destino,
Faço solene promessa
De sempre ser VICENTINO.



HINO DA CARIDADE
Letra D. Belchior Neto

Caridade fazei Caridade!
S. Vicente de Paulo nos diz.
Ela ensina o amor de verdade,
Ela faz todo mundo feliz!
Caridade é ação que ilumina,
MISSA que todos podem rezar,
Faz da esmola uma Hóstia Divina,
Faz do pobre Jesus no Altar!

Caridade resume a beleza
Que o Evangelho de Cristo nos traz.
É bondade, é ventura, é riqueza,
É o segredo do Amor e da Paz!

Ao Confrade uma Lei sempre guia:
Todo pobre ê imagem de Deus!
Stá escrito que os pobres, um dia,
Vão abrir-nos as portas dos Céus.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

ORAÇÃO




Oh! Meu glorioso São Vicente,

Fazei com que eu consiga te imitar

Como imitastes a Cristo

e fostes imitado por Ozanam.

Fazei com que eu reconheça o rosto de Cristo

Em cada Pobre que atravessar o meu caminho.

Que eu possa servir ao Pobre

Como vos serviste aos Pobres do seu tempo.

Contagia-me com a sua brandura,

Com a sua forma de agir.

Que eu encontre o justo equilíbrio entre

Oração, Reflexão e Ação.

Enfim, me ensina a ver os Pobres,

Como Jesus Cristo os via.


Amém

                     DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO DO CONSELHO METROPOLITANO
DE BELO HORIZONTE

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Culto às relíquias



Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R

A Palavra relíquias significa: restos, partículas, coisas sobrantes. È uma tendência natural do ser humano conservar objetos, lembranças e coisas pessoais dos falecidos queridos ou insignes. Essa prática passou à piedade popular cristã mediante o culto aos Mártires. Venerar nas catacumbas o corpo dilacerado pelas feras no Coliseu romano era contagiar-se de sua coragem e pedir suas preces junto a Deus. Mais tarde a Igreja embutia nos altares consagrados para a Eucaristia um fragmento de osso, a Relíquia de um Mártir ou Santo.
Enfim, os povos cultivam a memória de seus heróis, guerreiros e outros porque souberam dignificar a vida por gestos de nobreza, por virtudes e valores morais. Por isso guardam num Memorial os pertences simbólicos (as Relíquias...) de antepassados ilustres. Tais coisas e lembranças tornam-se um 'veículo de comunicação', revivem a presença deles. Como que renascem do passado!  O Memorial lembra o mito antigo da fênix, ave mitológica que renascia das cinzas. Conforme a lenda, ao fim de um ciclo de vida, fênix  incinerava-se para recomeçar outro a partir das próprias cinzas. Escritores cristãos dos primeiros séculos viram aí um símbolo da  Ressurreição de Jesus. Não há  Relíquias de Cristo: vestes, ossos,  objetos (o Santo Sudário ainda é  objeto de pesquisa e estudos).
'Mas, para quem Nele crê e O segue, tudo é Relíquia Dele, do Seu  Mistério, do Seu Corpo humano  glorificado na Ressurreição. Para nos Ele deixou os Evangelhos. Daí vieram  os escritos e reflexões teológicas  posteriores; a literatura, a pintura, a arte cristã de todos os séculos, bem como o testemunho da vida cristã professada até o martírio em todas as raças, culturas, profissões, idades e condições sociais. Como a seiva da orquídea vem substrato para vicejar e se renovar assim a comunidade cristã vem do Evangelho é por ele se mantém. O Evangelho é o substrato das flores bonitas geradas no testemunho de vida dos discípulos. Eles difundem o perfume de Cristo em todas as épocas da História (2Cor 2,5). O corpo do batizado ao renascer das cinzas do pecado pelos méritos de Cristo é vocacionado para superar a morte. Somos as “relíquias” do Senhor ressuscitado. "Vós sois o templo de Deus o Espírito Santo habita em vós" (1Cor 3,16). Em resumo, é legítimo o culto às Relíquias se nos levarem à vida espiritual do Santo. É errado supervalorizá-lo ou usá-lo por crendices, ignorância religiosa, prática supersticiosa ou cobiça de coletas. As Relíquias podem ser expostas e veneradas desde que sob a orientação e aprovação das autoridades eclesiásticas.
Mais do que a um objeto a veneração se dirige à dignidade pessoa humana. Ela é 'partícula' do amor criador divino, é “relíquia" de sua misericórdia. E Maria é o relicário em que Deus nos deu Jesus!
(Artigo publicado na revista de Aparecida (ano 10-Nº116 novembro de 2011)
Fotos feitas por Regiane Estevam (sob minha direção) Relíquia que se encontra no lar dos idosos Nossa Senhora de Lourdes do CC de Nova Lima.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A Mística da Visita aos Pobres


Para  o ano que se aproxima cujo lema será “Vamos ao Pobre” já temos dois livros para nos ajudar a percorrer este caminho: “Vamos ao Pobre” do Pe. Mizaél Donizetti Poggioli, CM, e “A mística da visita aos Pobres” do nosso querido confrade Carlos Henrique David. Sobre o livro do Kaike, o Pe. Mizaél disse no seu blog:
"Ao iniciar a leitura desta obra, certamente você irá identificar a seguinte mística: homens e mulheres de todos os tempos são convidados a estarem disponíveis ao serviço, a exemplo de Maria. É Deus misericordioso que continua a realizar a “visita” aos Pobres, através de cada um de nós. Sempre é oportuno lembrar que o caminho para a santidade passa por uma estrada de difícil evolução. Um caminho com muitas armadilhas, dificuldades de todos os tamanhos.
Nessas páginas, o autor propõe algumas experiências à luz da espiritualidade de São Vicente de Paulo, capaz de nos ajudar a não esmorecer neste objetivo.
Avançar neste caminho exige uma radicalidade de atitudes em nossa vida. Assim, com crônicas organizadas sobre este tema, desfiamos uma agradável sequência de reflexões, que propõem mantermos atitudes coerentes diante das opções de vida que fizemos. Uma leitura muito agradável, rápida, porém, exigente, ao nos lembrar de compromissos: com Deus e com nosso irmão que sofre (que na espiritualidade vicentina é o próprio Deus). Não poderia finalizar esta breve apresentação sem enfatizar a importância do autor na vida de tantos brasileiros que comungam, com ele, a mesma Espiritualidade Vicentina. Amigo fiel, coerente e atencioso, entre tantas outras qualidades, emprestou muito de sua vida pela causa dos Pobres. Isso por si só dá a dimensão do peso de suas palavras entregues a nós através desta obra.
“A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perde também a felicidade. A dor é inevitável. O sofrimento é opcional”. Que esta obra seja fonte inspiradora em nosso caminho de santidade!".
Mizaél Donizetti Poggioli

Livro: A Mística da Visita aos Pobres
Autor: Carlos Henrique David - Kaike
Páginas: 72
Formato: 12,5 x18,5 cm
Coleção Vicentina - nº 38
Preço: R$ 10,00

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Rezar o Rosário, com São Vicente de Paulo.

Ao encontrarmos a Relíquia de São Vicente que estava trancada a sete chaves na tesouraria do Conselho Metropolitano de Belo Horizonte, o Padre Vinicius Augusto Teixeira, C.M.; teve a inspiração de que deveríamos ao recebê-la nos Conselhos Particulares e Conferências, rezar o terço, conforme o próprio São Vicente recomendava às Filhas da Caridade que o fizesse. Para nos ajudar nesta missão, ele elaborou este pequeno livreto, que nos conduz, nos mistérios do Rosário, sob a luz do carisma vicentino.
O livreto encontra-se à venda na Livraria do CMBH ao preço de R$2,00 (Dois reais). Se você mora fora de BH poderemos enviá-lo pelo correio com o custo de envio, mais o preço de capa.
Vale a pena ler a nota prévia que o padre Vinicius fez à guisa de introdução.
Nota Prévia
O Rosário, tão vivamente recomendado pela Igreja, sempre encontrou ampla difusão no interior da Família Vicentina, constituindo-se num meio relevante e eficaz de cultivo da vida espiritual e de impulso caritativo-missionário. São Vicente de Paulo não apenas se mostrava assíduo à sua recitação, como também aconselhava esse exercício a todos quantos se associavam a suas obras de evangelização e serviço aos pobres. É o que se pode constatar das alusões ao Rosário ou ao Terço dispersas em seus colóquios e escritos aos Padres e Irmãos da Missão, às Filhas da Caridade e às Senhoras das Confrarias.  “O Rosário é uma oração muito eficaz, se a rezarmos bem”, dirá o fundador às Irmãs (SV X,620). Na mesma esteira, situam-se Santa Luísa de Marillac, Santa Catarina Labouré, Antônio Frederico Ozanam e todos os que se dispuseram a encontrar em Maria uma perene fonte de inspiração no seguimento de Jesus Cristo, cada um dentro daquelas circunstâncias históricas em que a Providência lhe permitiu viver e atuar. Mas foi em 1830 que despontou a mais fulgurante expressão mariana da espiritualidade vicentina: a Medalha Milagrosa, sinal inequívoco da predileção de Maria pelos pequenos e pobres e apelo a tomá-la por guia na vivência dos valores cristãos. 
Há uma década, o Bem-aventurado João Paulo II presenteou a Igreja com a belíssima Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae (2002), em que nos exortava a “contemplar o rosto de Cristo na escola de Maria” (n.2), marcando o ritmo diário de nossa vida com a recitação contemplativa e frutuosa do Santo Rosário. De fato, lembrava o Papa,  “o Rosário, quando descoberto em seu pleno significado, conduz ao âmago da vida cristã, oferecendo uma ordinária e fecunda oportunidade espiritual e pedagógica para a contemplação pessoal, a formação do Povo de Deus e a nova evangelização” (n.3). No teor dessa afirmação, aparecem, nitidamente, três dimensões essenciais da práxis cristã que tanto precisamos assimilar, qualificar e desenvolver também na Família Vicentina: contemplação, formação e missão, ordenando-as na iluminadora perspectiva de nosso carisma que sempre nos remete aos pobres do mundo e ao mundo dos pobres. São Vicente, com a admirável liberdade que o caracterizava, já o intuíra, dizendo às Filhas da Caridade:  “Assim como os Padres devem recitar o breviário pelas intenções da Igreja, também deveis rezar vosso Terço pelas intenções da Companhia, para que Deus santifique e abençoe vosso trabalho e tudo o que fizerdes pelo serviço dos pobres” (SVX, 622). De fato, na meditação do Rosário, haveremos de ter sempre presente a memória dos pobres, suas necessidades e anseios, esperanças, alegrias e dores, a fim de encontrar,na contemplação dos mistérios do Senhor e de sua Santa Mãe, o princípio dinamizador da Caridade e da Missão.
Impulsionados pelo exemplo de nossos primeiros luminares, percorramos o itinerário espiritual que o Rosário nos propõe, fixando em Cristo o nosso olhar para que possamos descobrir sua presença nos rostos de seus irmãos sofredores, presença que interpela nossa sensibilidade e ensina-nos a ver os pobres como o próprio Jesus os via, reconhecendo-lhes a dignidade e estimulando-lhes a plena cidadania. E, nesse caminho, não há quem melhor nos possa conduzir do que Maria, a peregrina na fé, que, por meio do Rosário, se une estreitamente aos seguidores de Jesus e, assim, educa-nos na escola de seu Filho, “até que Cristo se forme em nós” (Gl 4,19).
Pe. Vinícius Augusto Ribeiro Teixeira, C.M.
27 de setembro de 2011.
Solenidade de São Vicente de Paulo
Todas as citações de São Vicente foram tiradas de: COSTE, Pierre (org.). Saint Vincent de Paul. Correspondance, entretiens, documents. Paris: Lecofre/Gabalda, 1920-1925, 14 v. [No texto, os algarismos romanos indicam o volume a que pertence cada citação, seguidos dos números das páginas].

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

OS VICENTINOS E O PARLAMENTO BRASILEIRO

Mais uma contribuição do Confrade Renato Lima. Chega às nossas mãos, desta vez o livro “Os Vicentinos e o Parlamento Brasileiro”. Trata-se de uma coletânea de discursos proferidos por deputados federais e senadores sobre a Sociedade de São Vicente de Paulo no período compreendido entre 1957 e 2011.
O Exemplar que tenho em mãos faz parte de uma publicação que esta sendo patrocinada pela Senhora Rute Carmo, Viúva do ex-deputado federal Elias de Souza Carmo, homenageado no livro por ter fundado uma conferência Vicentina em 1963 no Congresso Nacional.
O confrade Renato Lima sempre foi um grande incentivador das comunicações na SSVP. Comunicador nado e de formação que é já nos brindou com dois livros de Crônicas “Crônicas Vicentinas” (2007) e “Outras Crônicas Vicentinas” em (2010). Juntos com outros comunicadores mantêm o portal Rede Caridade há 997 edições com o objetivo de divulgar a nossa querida SSVP. (veja link logo acima).
 Se você se interessou por este novo livro é só entrar em contato com o autor: renatolima1970@uol.com.br 

terça-feira, 18 de outubro de 2011

EU LI EU GOSTEI

As cinco virtudes da Espiritualidade Vicentina - Por Pe. Luiz R. L. Prado,CM e Pe. Alexandre N. Franco,CM


A Espiritualidade vicentina está pautada, desde sua gestação, mediante o testemunho de Vicente de Paulo e seus primeiros companheiros de missão, no contexto da Igreja do século XVII, na França, em cinco virtudes, colhidas do Evangelho de Jesus Cristo e da sua práxis libertadora junto ao povo empobrecido e marginalizado, os protagonistas do Reino de Deus, por Ele mesmo inaugurado na humanidade.
Estas virtudes são assim nomeadas pelo próprio Vicente de Paulo: SIMPLICIDADE, HUMILDADE, MORTIFICAÇÃO, MANSIDÃO, ZELO PELAS ALMAS (ZELO APOSTÓLICO), também denominadas pelo próprio Vicente de Paulo de Conselhos Evangélicos. Ao tratarmos das virtudes vicentinas, não estamos falando de conteúdos teológicos rebuscados de múltiplas interpretações hermenêuticas, mas de posturas humanizantes e humanitárias da pessoa que assume uma missão dentro do universo da espiritualidade vicentina junto aos mais carentes, lugar social, geográfico, cultural e teológico do agente de pastoral com identidade eminentemente vicentina.
Assim sendo, nós vicentinos, somos reconhecidos pelos mais empobrecidos não tanto pelo nosso discurso hermenêutico e teológico, mas primordialmente por nossa postura aproximativa do mundo dos pobres, ou seja, pelo nosso esforço imensurável em nos inculturar no seu universo, que é por demais exigente para nosso padrão de vida enquanto pertencente a uma instituição carregada de tradições milenares, semelhantes a todas as instituições que compõem o catolicismo na humanidade.
Inspirados na própria concepção que São Vicente de Paulo teve dos Conselhos Evangélicos, podemos dizer que as Cinco Virtudes vicentinas dão uma configuração própria à nossa maneira de viver os quatro Votos na Pequena Companhia (Congregação da Missão): Castidade, Pobreza, Obediência, Serviço aos Pobres (Estabilidade). No presente texto procuraremos expor de forma bastante sintética em que corresponde cada Conselho Evangélico dentro da Espiritualidade Vicentina, desmembrando cada um deles em seis Características ou Dimensões, em se tratando da busca de transformá-los em testemunho vivo no mundo de hoje: Eixo Vicentino, Dimensão Humana, Dimensão Espiritual, Dimensão Intelectual, Dimensão Comunitária, Dimensão Apostólica. Por final, descreveremos pelas próprias palavras de São Vicente de Paulo, através de seus escritos, pequenos trechos sobre cada uma das Cinco Virtudes Vicentinas.
1. SIMPLICIDADE
A virtude da Simplicidade educa-nos na capacidade de desenvolver os valores da verdade, da sinceridade, da transparência. Viver plenamente a simplicidade nos ajudará a evitar ser falsos uns com os outros e muito menos com o povo; por esta virtude somos chamados a ser simples, a dizer as coisas como são, sempre com sinceridade em relação à outra pessoa. Diante dos desafios que o pluralismo de idéias e de valores e contra-valores que a sociedade capitalista nos impõe, precisamos ficar mais atentos em relação à nossa postura junto ao povo e o cultivo de valores que não são transitórios, mas base para a vida com dignidade. Um desses valores é o cultivo da simplicidade. O povo ao qual procuramos evangelizar se aproximará de nós mediante nossa postura diante dele. A simplicidade impregnada em nossos atos possibilitará essa pedagógica aproximação do povo mais simples a nós e vice-versa.
O próprio São Vicente definiu na sua vivência a importância desta virtude na vida de um vicentino: “A simplicidade é a virtude que mais amo, eu a chamo de meu evangelho” (SV I,284).
a. Eixo Vicentino: A vivência da Virtude da Simplicidade educa-nos para a proximidade do mundo dos pobres na realidade de hoje em seu universo sócio-econômico, cultural, religioso, geográfico; tal aproximação coloca-nos em clima de disponibilidade para acolhermos e nos aproximarmos do diferente, da compreensão do pluralismo no meio da humanidade, favorecendo-nos em nossa missão de instrumentos da universalidade da salvação inaugurada por Jesus de Nazaré em sua práxis libertadora.
b. Dimensão Humana: A vivência da Virtude da Simplicidade no concernente à dimensão humana leva-nos ao tratamento da pessoa com o devido cuidado e atenção que ela merece, o que favorece à mesma sentir-se saudável psíquica e fisicamente, pois sentir-se uma pessoa amada no seio de uma comunidade e em meio à sociedade produz um aspecto profundamente agradável no sentimento da auto-estima. A simplicidade no nosso viver vicentino leva-nos a quebrar barreiras na convivência com os mais pobres, proporcionando-nos maior aproximação ao seu universo de vida, levando-nos a contribuir no processo de sua própria educação, visando a integralidade da sua própria pessoa.
c. Dimensão Espiritual: A experiência da Simplicidade na vida exige de cada um de nós uma busca saudável do equilíbrio entre trabalho e descanso recreativo. A Espiritualidade vicentina necessita de uma forte experiência de Deus para que possamos irradiá-la no serviço aos pobres. Conseqüentemente, nossa inserção no mundo dos pobres a partir do cerne da nossa Espiritualidade, exige-nos a clara consciência de que fazemos este esforço não por meras motivações, mas pela convicção de estarmos contribuindo qualitativamente na construção do Reino de Deus aqui e agora.
d. Dimensão Intelectual: A procura da vivência da Simplicidade no meio dos pobres traz-nos também uma exigência no aspecto intelectual; para que a nossa ação de aproximação ao mundo dos pobres seja sinal de transformação profética, precisamos investir em nossa própria formação inicial e permanente, motivados pelo ideal da compreensão das causas da pobreza para atacá-las com precisão. Para essa formação permanente acontecer precisamos de motivações internas e externas, lembrando que a sociedade atual, por si mesma, já nos faz essa exigência, pois torna-se, progressivamente, mais pluralista e complexa. Neste sentido, trabalhar com os pobres no nosso contexto atual exige de nós busca constante de preparação intelectual justamente pelo respeito que devemos ter à dignidade de todo ser humano. E o empobrecido não é um ser menos humano.
e. Dimensão Comunitária: Vivenciar a virtude da Simplicidade no concernente à dimensão comunitária exige colocarmo-nos na escola do Evangelho e também de São Vicente, para aprendermos sempre a alegria de partilhar com os irmãos na fé, sobretudo os mais empobrecidos da nossa história o saber, os bens, os dons e a vida. Nossa presença no meio do povo é sempre uma experiência de troca de saberes em todas as dimensões da vida.
f. Dimensão Apostólica: Cultivar a Simplicidade em nossas comunidades apostólicas compromete-nos a interiorizar progressivamente o valor de distribuir responsabilidades com os irmãos de fé, lembrando-nos que um dos aspectos da nossa vivência comunitária vicentina é alimentar nossa espiritualidade para um autêntico testemunho missionário no meio dos pobres do nosso tempo. Uma de nossas máximas é esta: Vida em comunidade para a Missão.
Finalizando nossa reflexão sobre a virtude da Simplicidade, vejamos uma belíssima descrição do próprio Vicente de Paulo sobre esta máxima evangélica: “Deus é simples. Onde encontrares a simplicidade cristã caminharás seguro; pelo contrário, os que recorrem a precauções e artimanhas estão num medo contínuo de que descubram seu artifício e que, ao se ver surpreendido em sua falsidade, ninguém quer ter confiança neles. Da minha parte, posso afirmar, uma grande experiência me demonstrou, para minha satisfação que uma fé vigorosa e um verdadeiro espírito de religião encontram-se freqüentemente entre as pessoas simples e pobres. Deus se compraz em enriquecê-las com uma fé viva: eles crêem, apalpam, saboreiam as palavras de vida eterna que Cristo nos deixou em seu evangelho. Em geral, suportam pacientemente suas enfermidades, aflições e necessidades, sem nunca se queixarem ou murmurar. Todo mundo sente atração por pessoas que são simples e cândidas, pessoas que se recusam a empregar a astúcia, os enganos. São populares, porque agem ingenuamente e falam com sinceridade; seus lábios estão de acordo com seus corações. São amadas e estimadas em toda parte...”(SV XI, 740s, 462).
2. HUMILDADE
São Vicente de Paulo define a Humildade como a virtude que dá a característica essencial à missão na Pequena Companhia. A humildade é a virtude que nos torna capazes de reconhecer e admitir nossas fraquezas e limitações, criando assim a possibilidade de confiar mais em Deus e menos em nós mesmos. A humildade ajuda-nos a nos livrarmos da nossa auto-suficiência, a reconhecermos nossa dependência do amor do Criador e nossa interdependência comunitária. Ao mesmo tempo, a humildade nos capacita para reconhecer nossos talentos, talentos que devem ser postos a serviço das outras pessoas. É a virtude que permite aos pobres aproximar-se de nós. É a virtude que nos ajuda a ver que todos somos iguais aos olhos de Deus. A vivência desta virtude educa-nos e capacita-nos, em contrapartida, para aproximar-nos progressivamente dos Pobres.
Esta virtude nos impulsiona a um processo contínuo de inculturação no mundo dos pobres, encorajando-nos a um esforço de identificação com os mesmos. Diante de uma sociedade tremendamente hedonista, individualista, separatista, perfeccionista do ponto de vista da aparência física em detrimento do cuidado integral do ser, a vivência da humildade se torna mais desafiadora, pois exige-nos maior sociabilidade a partir de dentro do nosso próprio lar, nosso grupo de convívio.
a. Eixo Vicentino: A humildade, segundo São Vicente, é a virtude eminentemente evangélica. Jesus é o único mestre. Na conferência de 18 de abril de 1659, São Vicente se perguntou: “Em que consiste a humildade?” E respondeu: “Em querer o desprezo, em desejar a humilhação, em alegrar-se quando nos vemos humilhados, por amor a Jesus Cristo”. (SV XI, 488) A humildade faz-nos criar um sentido de pertença a um objetivo comum. Quando estamos dispostos a formar comunidade, construir unidade, nos entusiasmamos em trabalhar com objetivos comuns, somos capazes de nos doar, propor, aceitar e reconhecer como comunidade em vista da missão de evangelizar comunitariamente os pobres.
b. Dimensão Humana: A virtude da humildade nos educa para a tolerância dialogada. Torna-se condição necessária para desenvolvermos, crescermos e fortalecermos como pessoas em comunidade, em sociedade de vida apostólica, como atitude que nos leva a reconhecer que todos necessitamos do outro para enriquecermos e superar nossas próprias dificuldades e individualidades. A abertura ao diálogo, o respeito, a atitude de compartilhar, a capacidade de escutar, de falar e de agradecer podem ser formas muito atuais da virtude da humildade.
c. Dimensão Espiritual: Reconhecer que somos redimidos pelo Ressuscitado. A humildade nos faz ver que o ser humano é pecador e o sensibiliza perante o pecado. A atitude de nos reconhecer pecadores perdoados pelo sangue de Cristo nos responsabiliza a reconhecer que nossa vida se enriquece e fortalece com o perdão; o perdão implica aceitação, e para aceitar é necessário sair de nós mesmos, esvaziarmos de nós mesmos, dar um passo na direção do outro, quebrar nossas arestas, derrubar muros, construir pontes.
d. Dimensão Intelectual: Reconhecer que somos pessoas limitadas, interdependentes, complementares. Temos opiniões diferentes diante da realidade que nos cerca e por isso mesmo a vivência da virtude da humildade nos faz constatar que é necessário estar dispostos à escuta dos outros e à reflexão, para juntos construir o caminho do discernimento coerente ao clamor da realidade.
e. Dimensão Comunitária: A virtude da humildade nos faz conscientes de nossas limitações e nos capacita para a aceitação da colaboração do outro em vista da missão. A atividade missionária corre sempre o risco de ser dominadora e auto-suficiente, de encerrar-se nas próprias idéias e métodos, de negar a colaboração do outro e da outra. A humildade faz com que o missionário, ao mesmo tempo que evangeliza, se deixe evangelizar e que pregue não sua palavra, mas a Palavra de Deus, assegurada pelo magistério da Igreja.
f. Dimensão Apostólica: A virtude da humildade nos impulsiona a posicionarmos diante da missão apostólica não como donos de determinada situação mas como seres que estão dispostos a somar nossas qualidades e dons, simplesmente como colaboradores. Isso requer um processo de conversão onde cada um coloca o seu ser e faz o maior esforço para suscitar a mudança pessoal e estrutural, na sã consciência de que o único indispensável é a presença de Deus. Tudo o mais é transitório, instrumental para a eficácia da construção do Reino de Deus.
Concluindo a reflexão sobre a virtude da humildade, lançamos mão de palavras do próprio São Vicente em seus magníficos escritos, destacando sua dimensão missionário-pastoral. Vejamos: “Entendei bem isto, meus senhores e meus irmãos: nunca poderemos fazer a obra de Deus se não tivermos uma profunda humildade e uma humildade de opinião sobre nós mesmos. Não, se a Companhia da Missão não é humilde, se não tem a fé e a convicção de que não pode fazer o bem, que é mais apta para atrapalhá-lo, nunca realizará nada de grande; mas quando tem e vive o espírito do que acabo de dizer, então, ficai seguros, senhores, estará capacitada para fazer a obra de Deus, porque Deus usa de seus membros para suas grandes obras” (SV IX, 71, 284,809).
3. MANSIDÃO
Etimologicamente, mansidão vem de “mansuetude” e manso de “mansus”, forma do latim vulgar de “mansuetus”. Tem um significado de comportamento aconchegante, familiar, doméstico. Conceitualmente, a mansidão se entende como a força, a virtude, que permite a pessoa moderar razoavelmente sua ira e indignação. A razoável indignação pode ser com freqüência sã e saudável, transposição lícita da sobrecarga psicológica a um ato de zelo pela glória de Deus, pela justiça ou pelo bem do próximo. A mansidão não é agressiva, raivosa, barulhenta.
Certamente é uma virtude chave na comunidade. É a virtude que ajuda a construir a confiança de uns nos outros, porque, quando somos amáveis, os que são tímidos se abrirão em relação a nós. Por estas razões podemos dizer que a mansidão é a virtude por demais vocacional, como constatou o próprio São Vicente: “Se não se pode ganhar uma pessoa pela amabilidade e pela paciência, será difícil consegui-lo de outra maneira” (SV VII, 226). A mansidão inspira um trato suave, agradável, educado, e fundamenta a tolerância, valor este muito importante para a convivência em uma sociedade plural em que o respeito à pessoa e à sua liberdade deve ser uma lei indiscutível.
a. Eixo Vicentino: Com certeza, todas as virtudes contribuem para o dinamismo da vida comunitária em vista da missão. Todas as virtudes trazem em seu bojo um aspecto construtivo da vivência comunitária, porém é evidente que a mansidão entra em jogo por seus próprios valores e porque a comunidade se faz mediante relações plenas de conteúdo humano, cristão e vicentino. Devem ser expressões de pessoas que se estimam, se querem e se entreajudam. Toda atitude dura, de rechaço, de desprezo, pode ser superada precisamente pela prática da mansidão.
b. Dimensão Humana: A vivência da mansidão no aspecto humanitário ajuda-nos no processo da aceitação e compreensão da cultura do outro, nos colocando num processo de crescimento junto ao diferente, abrindo-nos à dinâmica da inculturação, educando-nos no processo da complementariedade. No trabalho junto aos mais pobres essa abertura é essencial para uma autêntica inserção popular.
c. Dimensão Espiritual: Viver a virtude da mansidão no aspecto espiritual compromete-nos a inspirarmos na mansidão divina para com o seu povo na caminhada da história da salvação. Remete-nos à práxis da paciência histórica mediante a atitude do Criador para com as suas criaturas. Sem dúvida, um tema relacionado com a mansidão é o da hospitalidade, que é uma característica que deve distinguir um Vicentino: uma pessoa acolhedora; uma pessoa que está atenta às necessidades dos outros, especialmente dos marginalizados e transeuntes.
d. Dimensão Intelectual: A mansidão causa a paz e cria melhores condições para o discernimento. A importância que tem, moral e espiritualmente falando, o cultivo da mansidão, é que livremente, permite-nos ver a importância da paz interior e exterior como condições para um bom discernimento. Se não há paz interior, tranqüilidade e serenidade, a opção sempre é suspeitosa e moralmente imperfeita. Portanto, a mansidão é uma ferramenta que nos ajuda a buscar e defender a verdade, favorece a busca incansável do discernimento no serviço aos pobres.
e. Dimensão Comunitária: A vida em comum, se não está animada pela mansidão, se torna insuportável. É evidente que é difícil conviver com pessoas irritáveis e duras. A condescendência pode ser uma expressão indubitável de mansidão. São Vicente disse o seguinte sobre a condescendência: “Em uma comunidade, é necessário que todos os que a compõem e que são como seus membros sejam condescendentes uns com os outros. Com esta disposição, os sábios têm que condescender com a debilidade dos ignorantes, nas coisas em que não há erro e nem pecado. Os prudentes e sábios devem condescender com os humildes e simples. E com esta mesma condescendência, não só temos de aprovar os pareceres dos demais nas coisas boas e indiferentes, senão incluso preferirmos aos nossos, crendo que os demais têm luzes e qualidades naturais e sobrenaturais maiores e mais excelentes do que nós. Porém temos de evitar muita condescendência com os outros em coisas más, pois isto não seria virtude, senão um defeito, que proviria da libertinagem de espírito, ou de nossa covardia e pusilanimidade” (SV XI,758).
f. Dimensão Apostólica: A apostolicidade da virtude da mansidão consiste basicamente em centrar nossas pregações no discernimento da procura da justiça e da paz que brotam da Palavra de Deus. Neste sentido, convém estar convictos de que nossas atitudes de bondade e coerência convencem muito mais as pessoas do que sermões, muitas vezes carregados de sentimentos contraditórios e moralismos exagerados. Nossas atitudes evangelizam mais que nossas palavras. Por isso mesmo, elas necessitam estar imbuídas da sensibilidade social na defesa incondicional dos direitos da pessoa humana, sobretudo dos mais pobres e excluídos.
No final desta reflexão sobre a virtude da Mansidão, vejamos mais algumas palavras do mestre Vicente de Paulo: “Não há pessoas mais constantes e firmes no bem que aqueles que são mansos e pacíficos; pelo contrário, os que se deixam levar pela cólera e pelas paixões são geralmente muito inconstantes, porque agem por impulsos e ímpetos. São como as correntezas que só têm força e impetuosidade nas chuvas, mas secam logo depois de ter passado o temporal, enquanto os rios que representam as pessoas pacíficas caminham sem ruído, com tranqüilidade, sem jamais secar” (SV XI, 752).
4. MORTIFICAÇÃO
Por esta virtude somos interpelados a morrer para nós mesmos. É a virtude que pede que nos entreguemos totalmente, pensemos primeiro nos outros, pensemos especialmente nos Pobres antes de pensar em nós mesmos. Esta virtude educa-nos para o altruísmo em detrimento do nosso egocentrismo.
Assim nos diz São Vicente: “Os santos são santos porque seguem as pegadas de Jesus Cristo, renunciam a si mesmos e se mortificam em todas as coisas” (SV XII, 227).
a. Eixo Vicentino: Em tempos de busca de refundação e refontização da Vida Consagrada, urge-nos enquanto vicentinos aprofundar o carisma que nos identifica no mundo e retomar nossas tradições fundantes, bem como nossas constituições, nossos bons costumes como alimentos sólidos em vista de um testemunho mais autêntico na humanidade hodierna.
b. Dimensão Humana: Embora nosso tipo de trabalho seja diverso do que a maioria da população, cabe-nos saber utilizar bem o nosso tempo e os meios que temos em nossas mãos em vista da nossa missão junto às pessoas. Em respeito e solidariedade ao trabalho duro das pessoas para sobreviver temos o dever moral de fazer bom uso de tudo o que dispomos. É preciso que utilizemos o tempo responsavelmente.
c. Dimensão Espiritual: A oração pessoal e comunitária é uma fonte irrenunciável para um autêntico vicentino, por isso mesmo foi insistentemente recomendada por São Vicente. É muito importante rezar de modo disciplinado, dar à oração seu tempo, compartilhar com os irmãos sua espiritualidade, fazer dos sacramentos um alimento para a vida missionária.
d. Dimensão Intelectual: Em contrapartida ao consumismo desenfreado da sociedade, é saudável viver a sobriedade diante do uso das coisas, levar um estilo de vida simples, educarmos numa vida ascética, por mais difícil que seja. Para conseguirmos dar passos neste sentido, é profundamente necessário que utilizemos em tudo o senso crítico dentro de uma corresponsabilidade evangélica.
e. Dimensão Comunitária: A vivência comunitária exige-nos, progressivamente, profunda sensibilidade evangélica. Por sermos irmãos no Senhor, é de se supor que sempre nos sentiremos mais próximos uns dos outros. Portanto, que nossas amizades não sejam exclusivas nem excludentes. Hoje todos somos chamados a participar no processo de tomada de decisões e a viver uma obediência responsável. Interpela-nos expressar nossas opiniões. Isto gasta muito tempo e, às vezes, é penoso. Por isso mesmo é para alguns uma grande mortificação.
f. Dimensão apostólica: Entendendo por mortificação renunciar a comodidades para nos doarmos para que o outro tenha mais vida, cabe-nos estar dispostos para responder às necessidades da própria comunidade e às do povo de Deus, sobretudo aceitando as mudanças de local geográfico e social, vendo nesta dinâmica de vida apostólica os apelos do Deus da Vida. Todos nós somos dotados de muitas qualidades e talentos. Colocá-los a serviço é sempre uma virtude. A apostolicidade da virtude da mortificação nos impulsiona a estarmos sempre abertos ao inesperado, pois com freqüência somos interpelados a responder a novas situações, e isso extrai de nosso interior recursos pessoais que nem sabíamos que possuímos. Portanto, a abertura ao novo é profundamente necessário na espiritualidade vicentina.
Bebamos mais um pouco na fonte de Vicente de Paulo sobre a virtude da Mortificação: “Somos firmes em resistir à natureza, pois se permitimos que alguma vez se cole em nós um pé, se meterá até quatro. E estamos seguros de que a medida de nosso progresso na vida espiritual está em nosso progresso na virtude da mortificação, que é especialmente necessária para os que hão de trabalhar na salvação das almas, pois é inútil que preguemos a penitência aos demais, se nós estamos vazios dela e se não a demonstramos em nossas ações e modo de nos comportar” (SV XI, 758-759).
5. ZELO APOSTÓLICO
Podemos identificar o zelo apostólico com paixão pela humanidade. O zelo é a conseqüência de um coração verdadeiramente compassivo. Trata-se da paixão por Cristo, paixão pela humanidade e paixão especialmente pelo Pobre. O zelo é uma virtude verdadeiramente missionária. Expressa-se em forma de disponibilidade, de disposição para o serviço e a evangelização, mesmo quando as forças físicas já estão decadentes. Assim sendo, relacionado com o zelo está o entusiasmo, que leva à ação. Podemos entender o zelo como uma expressão concreta do amor efetivo, que é motivado pela compaixão, ou amor afetivo.
a. Eixo Vicentino: O zelo é a quinta virtude característica e mais própria do missionário vicentino. O próprio São Vicente assim qualifica o “zelo pelas almas”: “Se o amor de Deus é um fogo, o zelo é sua chama. Se o amor é um sol, o zelo é o seu raio” (SV XII, 307-308). O Zelo Apostólico é o amor pela missão que dura a vida inteira. Vicente de Paulo trabalhou com constância até o final de sua vida. O Zelo é, pois e antes de tudo, entusiasmo, e entusiasmo significa cheio de Deus, plenitude de Deus.
b. Dimensão Humana: Zelo é amor ardente, uma disponibilidade para ir em qualquer lugar para falar de Jesus Cristo, ainda que em circunstâncias difíceis; disponibilidade para morrer por Ele. O testemunho do zelo apostólico inclui não só um profundo amor afetivo pelo Senhor e por seu povo mas também deve se expressar no amor efetivo e no sacrifício. Para bem e melhor servir ao povo a nós confiado torna-se necessário o devido cuidado com nossa saúde e o equilíbrio do nosso ser.
c. Dimensão Espiritual: O Zelo cria a disponibilidade de ir a todo o mundo levar, como Jesus Cristo e os apóstolos esse fogo de amor e de temor de Deus. O Zelo fortalece, aumenta a capacidade de trabalhar, capacita para sofrer tudo pela glória de Deus e salvação do próximo. O Zelo atualiza o comportamento do missionário, aceitando as exigências da Nova Evangelização: novos conteúdos, novas expressões, um novo ardor que não é outra coisa que a atualização do zelo apostólico ou da caridade apostólica. Para esta finalidade precisamos de uma sólida espiritualidade vicentina.
d. Dimensão Intelectual: Zelo é amor fiel e perseverante. É fácil amar durante algum tempo. Mas amar durante toda a vida é mais difícil. Assumir compromissos permanentes é hoje mais difícil do que foi no século XVII, sobretudo porque muitos dos apoios sociais que ajudavam a sustentá-los naquele tempo, hoje desapareceram. O Zelo hoje se manifesta como fidelidade. Ouro provado no fogo. Exige-nos encontrar criativamente novas maneiras de amar, apesar das mudanças bruscas. Como afirmava São Vicente: “O amor é inventivo até o infinito” (SV XI, 65). O Zelo leva o missionário a adaptar-se e encontrar novas formas de servir aos pobres, apelando à capacitação profissional e especialmente através da formação permanente. Assim nos tornamos mais efetivos perante um mundo mais exigente.
e. Dimensão Comunitária: Demonstra-se Zelo com o desejo de conseguir operários para a messe. Com o entusiasmo em comunicar a Palavra pela convivência agradável dentro e fora da comunidade interna. O amor é contagioso. O fogo se propaga. Um amor ardente busca se comunicar aos outros, atrai todos à mesma maravilhosa missão com que se está comprometido. O Zelo nos leva a compartilhar com alegria com outras pessoas, aproveitando os espaços formais e informais. O Zelo é amor fiel e perseverante.
f. Dimensão Apostólica: O Zelo indiscreto se mostra hoje com o trabalho excessivo, muitas vezes sem critérios equilibrados. Hoje é tão importante como no tempo de São Vicente, o conhecer nossas limitações, aceitar nossa condição de seres criados,o desenvolver um estilo de vida equilibrado que inclui o descanso suficiente e o tempo de lazer. Também é importante manter-se em boa condição física para ter a energia que caracteriza o zelo. A ética do cuidado aplica-se interinamente ao nosso ser por causa da missão. Outro aspecto da dimensão apostólica do Zelo é a busca de assumirmos responsabilidades compartilhadas, trabalho em equipe, decisões colegiadas. Esse caráter educa-nos para a valorização dos ministérios em suas múltiplas modalidades apostólicas e teologais.
Enriqueçamos nossa visão sobre o Zelo Apostólico com palavras inquietantes de Vicente de Paulo: “Buscamos a sombra, não nos gosta sair ao sol. Não goste tanto da comodidade! Na missão, pelo menos, estamos na igreja, a coberto das injúrias do tempo, do ardor do sol, da chuva, ao que estão expostas essas pobres gentes. E gritamos pedindo ajuda quando nos dão um pouquinho mais de ocupação que do ordinário! Meu quarto, meus livros, minha missa! Está bem! É ser missionário, ter todas as comodidades? Deus é nosso provedor e atende todas nossas necessidades e algo mais, nos dá o suficiente e algo mais. Não sei se nos preocupamos muito de agradecê-lo. Vivemos do patrimônio de Jesus Cristo, do suor dos pobres” (SV XI, 120-121).
Palavras Conclusivas:
As virtudes características nos ajudam a permanecer fortes diante de qualquer obstáculo que nos dificulte viver plenamente a vocação a que fomos chamados. Como sabemos, as virtudes características são aqueles valores evangélicos que São Vicente contemplava, de modo especial em Jesus Cristo. São virtudes de que sentiu necessidade e, ainda mais, que se esforçou por viver, compreender e por em prática durante toda a sua vida.
Façamos da oração de São Vicente para pedir o Zelo, nossa súplica missionária: “Ó Salvador, ó meu bom Salvador, apraza à vossa divina bondade livrar a Missão deste espírito de ociosidade, de busca das próprias comodidades e dar-lhe um zelo ardente por vossa glória, que faça abraçar tudo com alegria e que nunca a deixe recusar uma ocasião de vos servir” (Repetição de Oração de 24 de julho de 1655).
BIBLIOGRAFIA DE APOIO:
Congregação da Missão – Constituições e Estatutos. Cúria Geral da Congregação da Missão. Roma – 1984.
Carta do Superior Geral da Congregação da Missão, Quaresma de 2007.
Manual de Espiritualidade Vicentina. Coleção Vicentina 12.
MALONEY, Pe. Roberto P., O Caminho de Vicente de Paulo, Coleção Vicentina 10.
CLAPVI, Ano XXXII, N. 124 (periódico).
FLORES, Miguel Pérez, CM. Revestirse Del Espíritu de Cristo. Expresión de la identidad vicenciana. Editorial CEME. Salamanca.
Fonte:  Pe. Luiz Roberto Lemos do Prado, CM Pe. Alexandre Nahass Franco, CM
Este artigo foi postado no site do Conselho Metropolitano de Pouso Alegre pelo padre Joelson.  E COMO O TEXTO É MUITO BOM EU COPIE PARA QUE TODOS QUE NÃO LERAM LEIAM...