segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Rezar o Rosário, com São Vicente de Paulo.

Ao encontrarmos a Relíquia de São Vicente que estava trancada a sete chaves na tesouraria do Conselho Metropolitano de Belo Horizonte, o Padre Vinicius Augusto Teixeira, C.M.; teve a inspiração de que deveríamos ao recebê-la nos Conselhos Particulares e Conferências, rezar o terço, conforme o próprio São Vicente recomendava às Filhas da Caridade que o fizesse. Para nos ajudar nesta missão, ele elaborou este pequeno livreto, que nos conduz, nos mistérios do Rosário, sob a luz do carisma vicentino.
O livreto encontra-se à venda na Livraria do CMBH ao preço de R$2,00 (Dois reais). Se você mora fora de BH poderemos enviá-lo pelo correio com o custo de envio, mais o preço de capa.
Vale a pena ler a nota prévia que o padre Vinicius fez à guisa de introdução.
Nota Prévia
O Rosário, tão vivamente recomendado pela Igreja, sempre encontrou ampla difusão no interior da Família Vicentina, constituindo-se num meio relevante e eficaz de cultivo da vida espiritual e de impulso caritativo-missionário. São Vicente de Paulo não apenas se mostrava assíduo à sua recitação, como também aconselhava esse exercício a todos quantos se associavam a suas obras de evangelização e serviço aos pobres. É o que se pode constatar das alusões ao Rosário ou ao Terço dispersas em seus colóquios e escritos aos Padres e Irmãos da Missão, às Filhas da Caridade e às Senhoras das Confrarias.  “O Rosário é uma oração muito eficaz, se a rezarmos bem”, dirá o fundador às Irmãs (SV X,620). Na mesma esteira, situam-se Santa Luísa de Marillac, Santa Catarina Labouré, Antônio Frederico Ozanam e todos os que se dispuseram a encontrar em Maria uma perene fonte de inspiração no seguimento de Jesus Cristo, cada um dentro daquelas circunstâncias históricas em que a Providência lhe permitiu viver e atuar. Mas foi em 1830 que despontou a mais fulgurante expressão mariana da espiritualidade vicentina: a Medalha Milagrosa, sinal inequívoco da predileção de Maria pelos pequenos e pobres e apelo a tomá-la por guia na vivência dos valores cristãos. 
Há uma década, o Bem-aventurado João Paulo II presenteou a Igreja com a belíssima Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae (2002), em que nos exortava a “contemplar o rosto de Cristo na escola de Maria” (n.2), marcando o ritmo diário de nossa vida com a recitação contemplativa e frutuosa do Santo Rosário. De fato, lembrava o Papa,  “o Rosário, quando descoberto em seu pleno significado, conduz ao âmago da vida cristã, oferecendo uma ordinária e fecunda oportunidade espiritual e pedagógica para a contemplação pessoal, a formação do Povo de Deus e a nova evangelização” (n.3). No teor dessa afirmação, aparecem, nitidamente, três dimensões essenciais da práxis cristã que tanto precisamos assimilar, qualificar e desenvolver também na Família Vicentina: contemplação, formação e missão, ordenando-as na iluminadora perspectiva de nosso carisma que sempre nos remete aos pobres do mundo e ao mundo dos pobres. São Vicente, com a admirável liberdade que o caracterizava, já o intuíra, dizendo às Filhas da Caridade:  “Assim como os Padres devem recitar o breviário pelas intenções da Igreja, também deveis rezar vosso Terço pelas intenções da Companhia, para que Deus santifique e abençoe vosso trabalho e tudo o que fizerdes pelo serviço dos pobres” (SVX, 622). De fato, na meditação do Rosário, haveremos de ter sempre presente a memória dos pobres, suas necessidades e anseios, esperanças, alegrias e dores, a fim de encontrar,na contemplação dos mistérios do Senhor e de sua Santa Mãe, o princípio dinamizador da Caridade e da Missão.
Impulsionados pelo exemplo de nossos primeiros luminares, percorramos o itinerário espiritual que o Rosário nos propõe, fixando em Cristo o nosso olhar para que possamos descobrir sua presença nos rostos de seus irmãos sofredores, presença que interpela nossa sensibilidade e ensina-nos a ver os pobres como o próprio Jesus os via, reconhecendo-lhes a dignidade e estimulando-lhes a plena cidadania. E, nesse caminho, não há quem melhor nos possa conduzir do que Maria, a peregrina na fé, que, por meio do Rosário, se une estreitamente aos seguidores de Jesus e, assim, educa-nos na escola de seu Filho, “até que Cristo se forme em nós” (Gl 4,19).
Pe. Vinícius Augusto Ribeiro Teixeira, C.M.
27 de setembro de 2011.
Solenidade de São Vicente de Paulo
Todas as citações de São Vicente foram tiradas de: COSTE, Pierre (org.). Saint Vincent de Paul. Correspondance, entretiens, documents. Paris: Lecofre/Gabalda, 1920-1925, 14 v. [No texto, os algarismos romanos indicam o volume a que pertence cada citação, seguidos dos números das páginas].

Um comentário:

csc. Marileide disse...

Muito bom! Será um belo subsídio para se rezar quando da Peregrinação da Relíquia.